Era dia 10 de dezembro, às 4 am como dizem os americanos. Ana
estava dormindo. Joana, como de costume, acabava de acordar para ir vender café
na porta da estação de metrô. Carlos estava esquentando o motor do seu taxi.
Rubens, com o fogo que tinha, estava liberando seus espermatozóides. Carlos,
como tinha vida boa, ainda estava dormindo, e não iria acordar tão cedo, já que
não tinha que trabalhar e vivia as custas do seus pais; Na verdade ele estava
pouco se importando com isso. Era neste momento que Margarida estava acordando
os filhos para ir para a escola, já que moravam muito longe do local dos
estudos e ela desejava que seus filhos tivessem um bom futuro. Todos tinham uma
vida muito parecida, exceto pelo fato de que hoje eles ouviram, todos ao mesmo
tempo, dois homens gritando. Um dizia ao
outro: eu não tenho dinheiro! E o outro respondia: Isso não me interessa! Uma
pergunta foi feita: Quer subir ou quer descer? A resposta não vinha. Uma
gritaria que não deixava ninguém dormir se estendeu por aqueles minutos, tempo
suficiente para que a vida de alguns pudesse ser mudada por algum motivo, ou
não. Não se entendia mais nada. Não parecia mais o nosso bom português. Uma
barafunda havia se estabelecido ali e dentro das casas. O barulho das falações
estavam incomodando a todos, invadido cada cômodo, entrando em cada ouvido,
mudando ali alguns momentos da vida de algumas pessoas que nada tinham a ver
com aquilo, ou tinham. Do nada ouviu-se um barulho que se assemelhava a um
tiro. Ana voltava a dormir. Joana, como de costume, agora se preparava para ir
vender café na porta da estação de metrô. Carlos continuava esquentando o motor
do seu taxi. Rubens, com o fogo que tinha, agora estava saciado. Carlos, como tinha
vida boa, voltava a dormir, e não iria acordar tão cedo, ainda mais agora que
seu sono fora interrompido, já que não tinha que trabalhar e vivia as custas do
seus pais; Na verdade ele estava pouco se importando com isso mesmo. Era neste
momento que Margarida acordou os filhos para ir para a escola, e direcionava
todos para a mesa do café, tinham que correr, já que moravam muito longe da escola
e ela desejava que teus filhos tivessem um bom futuro. Tudo voltava ao normal
como qualquer outro dia. Na verdade todos desejaram que o menino tomasse logo
aquele tiro para que tudo voltasse ao silêncio de antes, para que todos
pudessem retornar as suas vidas normalmente, retornar a sua velha rotina. Nada
de polícia, nenhum telefonema, nenhuma mãe desesperada, talvez em algum lugar
da cidade, mas não naquele bairro e daquela periferia. Tudo continuou como
antes.
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Na volta pra casa, depois de um dia exaustivo como todos os
outros, havia um desenho de um corpo no chão. Mas ninguém parou para ver. O dia
estava muito quente e cansativo para olhar para detalhes.
Não havia nada com o que se preocupar!