sábado, 10 de setembro de 2011

ONDE ESTÁ O LIDER?

Nos dias de hoje somos bombardeados por matérias jornalísticas acerca dos problemas econômicos que assolam milhares de economias mundo afora e colocam em cheque a real idéia de blocos econômicos como a União Européia, unificando moedas, culturas, e até mesmo eliminação de barreiras terrestres. Outro ponto é o surgimento de grupos extremistas que em prol do nacionalismo e defesa dos direitos, acabam por assassinar milhares de pessoas. Um exemplo bem atual destas tragédias é o ataque a Noruega em Julho deste ano onde algumas pessoas morreram (Jornal Folha de São Paulo, 2011). Outra questão são as bolhas econômicas que estão aparecendo (digo aparecendo porque já existem há muito tempo) que por falha do capitalismo, da ganância e da falta de meios para a aplicação do capital excedente (digo por aplicação de forma errada) estamos caminhando para a criação de mais problemas e não para a solução. A própria Europa com a Inglaterra e França já passaram por estes problemas em meados dos anos de 1600, quando a especulação da bolsa de valores arrasou com suas economias, falindo cerca de 80% da empresas (VERSIGNASSI, 2011, p.86). Para resolver tudo isso, agora os estados devem se unir para tentar encontrar uma solução para a crise. Agora é que entra o ponto que eu gostaria de abordar que é a força dos Estados para solucionar problemas.
Há muito temos um Estados que se intitula Hegemônico para povos que se quer sabem a definição correta da palavra. De acordo com a definição de alguns sites da língua portuguesa podemos defini-la como supremacia ou domínio. Mas para relações internacionais, para um Estado ser forte e hegemônico ele precisa ter forças políticas, militares e econômicas. E vamos alem. A capacidade dos Estados estaria ligada a sua capacidade de resolver problemas que variaria sua posição em um ranking (WALTZ, 1979, p. 180). Mas não é isso que acontece. O SI atual credita poderes a alguns Estados porque simplesmente os julgam mais fortes ou mais fortes do que realmente são ou porque alguém tem mesmo que pagar a conta. Então, o grande Leviatã Estados Unidos estão resolvendo nossos problemas ou creditando mais problemas nas nossas contas? Com a guerra do Iraque, que não é segredo para ninguém que foi na busca por petróleo, que tudo se iniciou. Os Estados Unidos somou mais 10 trilhões de dólares a sua dívida publica somente entre o período dos anos 2000 a 2011 (Super Interessante, 2011, p. 69). Teremos uma próxima reunião do G7, onde o Canadá “tentará” convencer seus “companheiros” (porque em tempos de crise eles teimam em socializar as dívidas) a diminuir suas dívidas publicas com o intuito de melhorar suas contas e promover crescimento para suas economias, resolvendo problemas de gastos excessivos, honrarem seus pagamentos, gerar emprego e continuar com as suas políticas de bem estar social que há muito tempo foi instituído nos países europeus. Se todos se unem para resolver problemas, então qual é o papel do grande Estados todo poderoso o qual não poderíamos viver sem ele? Pois este é o ponto. Até que ponto os Estados unidos não vem perdendo espaço no SI, ou seja, até que ponto os Estados Unidos está perdendo hegemonia? Se para alguns ele ainda é o grande poderoso, para outros está cada dia mais ficando mais fraco e perdendo espaço para países que estão emergindo como a China. Eu poderia simplesmente usar de eufemismo e dizer que os outros Estados é que estão ficando mais fortes e mais influenciadores nas decisões mundiais. Mas os fatos estão ai para quem quiser ver. Economia dos Estado Unidos quebrada, ele optaram por não serem lideres das operações nas Terras do Kadafi, a maioria dos títulos públicos dos Estados - mais de 1 trilhão – estão nas mãos dos chineses – e acreditem se quiserem: o Brasil é o 4 maior país com investimento em títulos da dívida publica dos EUA, sendo o Japão o 2º e a Russia o 3º. Se o grande líder deveria ter poderem econômicos e políticos para liderar os outros países, já podemos perceber que o EUA já não é mais o mais forte, mas não devemos esquecer que eles são – e serão por um bom tempo – a grande potência bélica do planeta. Mas até que ponto ser uma potência bélica nos dias de hoje faz tanto efeito quando o assunto são países com um poder de influência forte? Claro que não podemos esquecer que os EUA também é uma potência política, mas em diversas situações não é fácil respeitar suas opiniões quando não conseguem nem controlar suas políticas internas (lembrando que o presidente Obama teve que quase implorar para que o teto da dívida publica dos Estados Unidos fosse aumentado). Se formos falar da força econômica devemos lembrar que esta força nos dias de hoje já não é mais moeda de troca. E também devemos recordar que junto com a superpotência que acabamos de falar, existem várias outras com poderes muito parecidos. Seria os Estados Unidos loucos a ponto de atacar o Brasil por conta do petróleo, ou a Rússia por conta do gás, ou mesmo a Europa por representar uma ameaça a sua liderança econômica, visto que o PIB da UE quase supera os dos EUA, ou a China para conseguirem escravos? Atacar países fracos é fácil, bem fácil. Mas acredito que para convencer outros países a seguirem suas idéias, vão precisar de mais do que ser um poderoso em armamentos de guerra. “Um país torna-se uma superpotência se o tratarmos como tal” (WALTZ, 1979, p. 181). E no momento os países estão se voltando para políticas internas.



Jornal folha de São Paulo. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/948055-bomba-atinge-noruega-relembre-outros-ataques-a-europa.shtml. Acesso em: 09 Set 2011.
VERSIGNASSI, Alexandre. De Bolha em Bolha. Você S/A, São Paulo, Edição 159, p. 86-87. Set 2011.
11 de setembro 10 anos depois. Super interessante, São Paulo, Edição 295, p. 68-76. Set 2011.
WALTZ, Kenneth N. Teoria das Relações internacionais. Causas estruturais e efeitos econômicos. Trad. Maria Luiza Felgueiras Gayo. Lisboa: Gradiva, 339p.