terça-feira, 31 de janeiro de 2012

COMBINAÇÃO PÓSTUMA – ESMAECER DA VIDA



           Já reparou que somos zumbis? Sim zumbis. As vezes custo a acreditar que não estamos mortos. Mas acredite. No que? Acordamos, saímos, trabalhamos, servimos, comemos, olhamos, voltamos, assistimos e comemos, dormimos e acordamos, para a nossa vida vaga, sem alma, sem nada. Onde que a morte não está nisto? E não está. Porque zumbis estão entre a morte e a vida. Na verdade, zumbis são aqueles mortos, que preserva uma única habilidade no cérebro: a de poder se alimentar, viver para isso. Somos ou não somos zumbis então? Alimentando nossa vontade por dinheiro, por simplesmente comer e de simplesmente fazer sexo. Zumbizando entre os arranha-céus de uma megalópole desenvolvida e injusta, que faz dos teus filhos o próprio alimento, consumindo nossas, energias até que elas se esgotem, e então outros virão, para dar a ela novas energias e assim novos alimentos, novas possibilidades de crescimento, enquanto seus filhos morrem a míngua, procurando .... procurando ... curando .. rando . do. E quando é que estamos vivos?

   
            E quando estamos vivos? Para sermos vivos temos que ter vida. Para termos vida o ser tem que saber o que é. Tem que ter consciência do que é vida para ter plena certeza do que tem. Os animais vivem e morrem porque não tem consciência da vida. Quem vive por viver, vive ou sobrevive? Aproveitamos todas as capacidades humanas? Se humano é o animal que tem consciência da vida, se para sermos plenamente homens temos que utilizar as habilidades que nos faz sermos homens como pensar, aprender, amar, se num mundo como o nosso optamos por olhar e não ver, comer e não se alimentar, tocar e não sentir, receber sem raciocinar, aparentar e não ser, gozar pelo amar, somos realmente homens? Temos consciência da vida humana que temos?
   
              Paramos e nosso planeta. E nosso respeito. E nosso ódio. E nossos distúrbios. E nossos modelos. E nossa sociedade. E nossos desejos. E nossos anseios. E nosso passado. E nossa literatura. E nossos pensadores, pesquisadores, professores, e nosso valores, e nossos pais. E NOSSA ARTE! E nossos dias. E nosso auto respeito. E nossa vida. E tudo que ignoramos e seguimos em frente, porque inconscientes da poderosa vida que temos, e das habilidades como homens que temos, nada nos resta a não ser vagar. Ao alem. As igrejas. Ao governo. Ao vizinho. As esquinas. As ruas. Assim mesmo. Nua e crua, o descaramento do homem que renuncia a tudo por preguiça, que renuncia a vida, e passa a vagar como bolhas de águas suspensas no ar, até que o sopro divino nos esmaeça, e nos faça pó dos humanos que já fomos um dia cheios de possibilidades que renunciamos.






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