sábado, 16 de junho de 2012

PRISÃO DO AMOR


<MaM>


Universo eu lhe imploro. Livre deste peso que é ter que gostar de alguém.

Me livre desta deste fardo que é ter que carregar no peito Eros para ser doado.

Me liberte desta prisão que é buscar minha outra parte, de buscar um amor alheio que quero tanto.


Livre desse sentimento. Livre me desta angústia que é gostar de alguém e não ser correspondido. De ter que suportar a dor de saber que a outra parte está neste mundo e não ao meu lado. E não a quero mal, mas não a quero tirando minha paz, meu sossego e alegria quando não está aqui do meu lado. Não sei se busco o que não tenho. Não se busco o que me falta. E tudo isso me coloca numa roda de emoções que substitui o meu eu.

Traga me o sorriso de volta. A paz interior. A felicidade que é viver e eu prometo só mandar o bem. Traga de volta eu mesmo para que eu posso amar e assim corresponder a reciprocidade de Narciso.

Mas não me faça ter que buscar alguém. Essa via crúcis é muito pesada para mim que sou um mero mortal. Deixe que o amor seja o tesouro dos deuses. Deuses forte, poderosos, que nada temem e tem força de sobra para combater a tudo. Eu não posso com isso. Eu tenho medo. Eu temo. Eu temo este sentimento chamado amor. Ele me sufoca, me causa angústia, me maltrata, me derrota, me abate. E eu nada posso fazer contra. Ele me entra no peito, domina minhas entranhas, e quando percebo, faço como os gregos, guardando-os dentro do meu estomago, e assim ele me devora, e eu me debato nesta ilusão, e passo a imaginar minha morte, e meu sangue corre quase que arrebenta minhas veias, e essa dor pujante que não posso suportar, volta a me acalentar e me joga no buraco.

Quando percebo que já não tenho mais chão, que agora sou um errante na vida, me pego despreparado por outra dor que me arrebata para não deixar sarar as feridas de outrora, e me detona para eu já não ter mais forças, e essa sina de amar uma incógnita, me traz sofrimento e desespero. Novamente me vejo cabisbaixo errante, a procura de uma metade que parece não existir.

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