domingo, 29 de julho de 2012

PEDIDO DE AMOR


Te amo. Te amo sim.

Não importa o que passou. Não importa que não estejamos juntos.

O amor consiste em querer bem a outra parte que se foi.

Presente ou não presente, presente ela foi quando estávamos juntos, e agora fora.

Como tal, ficou aqui na lembrança.

Um dia na praia não significa somente felicidade. O sol queima e machuca.

As lembranças podem até machucar, mas se foram de amor, nos conforta.

Nem sempre perder é ruim. Perdemos por algo melhor, perdemos para nunca mais achar.

No perder descobri que nunca saiu e está aqui em algum lugar no cantinho do meu peito.

Eu perdi, mas ainda amo.

Não é o amor que doamos a todos os próximo.

É por amar que te quero bem.

É por amar que te compreendo.

É por amar que percebo que se para você ser feliz não poderia estar ao meu lado que deixo livre.

Deixo livre para amar, deixo livre para viver, deixo livre para voar.

Amar não é necessariamente estar junto.

Amar não é obrigação.

Tem querer. Tem que ser. Tem que sentir.

Só te faço dois pedidos alem da sua obrigação de ser feliz:

Nunca deixa de sonhar e nem de me amar.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

REFLEXÕES DE FELIZ ANIVERSÁRIO!



                                                                                      Cada ano sinto que renovo minha alma bem naquela data do inicio. Inicio esse que começou sem me pedir, que veio e ficou, me renova a cada ano e há um dia de significar o ultimo.


                Cada inicio anual me sinto mais fortalecido. Mas todo fortalecimento vem depois que quase fiquei estirado ao chão. O mesmo chão que me ergue é aquele que me conforma quando encontra meu rosto junto ao seu. É o mesmo que treme por alguns momentos e até chega a girar, mas que segue firme quando me coloco de pé.


                A cada inicio me pega pensando no que foi o passado antes do inicio. No que aconteceu no passado recente antes da minha morte. Porque é só depois que me vejo em cinzas, me sinto forte novamente para abrir minhas azas cálidas e ponho nos ares, para voar ainda mais alto do que eu havia imaginado.

                Irônico não? a vida tem mesmo alguns jeitos estranhos de mostrar um sinal quando tudo está explodindo e dando errado. E o que fazer? Diminuir como faz o gelo e evaporar depois do estado líquido? Ou podemos reviver como a fênix?


                Eu preferi reviver a cada ano. Verdade que mesmo revivendo o passado ainda me persegue. O amor que tive ainda está presente em meu peito. E sei que ele nunca mais irá embora, mas arrumei um lugarzinho especial para ele aqui no peito. No lado esquerdo, perto da janela, dentro da sala de cinema.A vida segue e só cabe a mim indicar a direção ... até que chegue o próximo inicio.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

SAUDAÇÃO DE UMA NAÇÃO SEM REI

Por Marcel Moreno

                      Corações ao alto. Nosso coração esta aos pulos. Força, garra, paixão. Tudo isso levou uma nação inteira ao delírio. A conquista de mais esta etapa proporcionou a todos um grande espetáculo que encheu nossos olhos.
                Fomos cravejados de uma felicidade que não sabemos a quanto ainda demoraria. Muitos morreram sem ver. Outros tantos perseguiram acreditando. Muito contra, muito a favor, mais um degrau foi escalado.
*                Agora é hora dos louros. E hora de comemorar. É hora de bater no peito e se orgulhar deste feito. Valorizar toda nossa história, de receber de volta todo este tempo de crença, de confiança, de apoio, de fé.
                Olhos angustiados, tremedeiras, suor frio. São muitas as emoções que dominam nosso corpo e nossa mente neste momento de puro êxtase e adrenalina. E solta o ar dos pulmões, empurra-os goela a fora, afora nossas contenções diante de tal enlevo social.
                Se conquistas ate o presente momento não nos foi dado, agora é a hora do gozo da ilusória vitória. Quais seriam os sentimentos de Alexandre O Grande, diante de seus tais feitos? Seriam os mesmo de Pedro Alvares Cabral quando descobriu “a terra perdida de Vera Cruz” que ainda não se encontrou?
                Mas enquanto há o orgulho da vitória no coração, nossas crianças são mal educadas, nossa educação está caída e nossa saúde está em frangalhos. Já não há nada a se orgulhar a não ser a vitória de uma partida que não é a vida.
                Quebra-se tudo por nada. Não é por revolução, não é por mudança, não é por justiça, não é por exigir. É por algo inútil que só faz acalmar os ânimos quando na verdade deveríamos estar gritando de raiva. Serias essas nossas pulsões de morte?
                Enquanto isso, cachoeiras de mensalões, aloprados, águias ... e assim castelos de areia desmoronam e abrem-se caixas de pandora. De dentro tiramos vergonha, uma população submissa e políticos que parecem não se importar com nada.
                Parece mesmo que nada muda. Quase todos os anos nossa atenção nos é roubada e depositada em algo fútil, que nada interfere em nossas vidas, nada que nos eleve como homens intelectuais ou nos salve da vida.
Esse momento remonta na minha mente a revolução que iniciou de 1648, quando as imagens nos levavam a exultação social, mas no fim imperou o capitalismo, derrotando nossa possibilidade de sermos iguais, fraternos e livres. Alguns são mais iguais que outros, quem liberta é o dinheiro, e os laços de amizade entre homens sou eu e o meu espelho.
                As classes não se unem mais. Nem mesmo se reconhecem como una. Essa forma de alienação é muito boa para tantos príncipes maquiavélicos espalhados pelos cantos de um enorme “círculo” de corrupto e inescrupuloso deste meu Brasil brasileiro.

*Quadro O Grito de Edvard Munch

domingo, 8 de julho de 2012

BANQUETE DE MIM





Marcel Moreno

             Todos os dias me devoro. Saboreio cada pedaço de minhas entranhas até que meu cérebro quase estoura de tanta informação.

                Sim. Me devoro porque meu leio. Me lendo me saboreio. Em um raciocínio ou outro, me conheço mais, me encanto neste divertido deleite.

Se me leio é porque lendo-me adquiro mais de  mim. Me aproximo do eu que antes repousava em meu estomago. Agora está aqui mais do que nunca.

domingo, 1 de julho de 2012

RÉQUIEM DE DESPEDIDA


               


           Aprendi que com a vida a perder espaço, a perder lugares, a perder memórias, a perder um pouco de esperança, de amor e a me perder. Lições difíceis que se aprendi não sei, mas absorvi por obrigação. Nunca aprendi de fato o significado de despedida. Mas aprendi com você o que despedida não é. Não é você aqui comigo. Não é você do meu lado. Não você o meu parceiro. Não é você a causa do pulsar do coração. Não é você tirando o meu sono. Não é você que me fazendo bem. Não é você que me liga no final do dia e me arranca de dentro dos pulmões aquele suspiro que me enche de ternura, de alegria, de paixão, de conforto. Não é você. E mesmo sabendo de tudo isso, só sei o que não é.

                Despedida não é o tempo perdido. Não são os amigos que tanto estimei e agora estão perdidos na lembrança. Não é conforto dos pais, a acomodação de uma vida tranquila, não é minha conta com dinheiro, não é. Não são as tantas pessoas que passaram pela minha vida e se foram. Não são as que tanto me notaram e já nem se lembram. Não é o fim de um esquete. Não é o fechar das cortinas. Não é o ultimo punhado de terra. Não é o fechar das cortinas.

                Despedida não são os pássaros migrando para o sul. Não é o verão dando espaço para o Outono. Não é a água correndo nos rios, a chuva caindo e limpando a poeira de mais um dia. Não é o Sol se pondo para contemplar a Lua. Não é a estrela caindo. Não é o vasto universo. Não é a abelha saindo cheia de pólen das plantas. Não é a história de animais gigantes que viveram aqui no passado.

                Despedida não é preenchimento. Não é meio cheio. Não é metade. Não é pedaço. Não sei a definição, não sei o que pensar. Não sei ao certo do que faz parte, mas despedida faz parte da ausência que você me faz.